terça-feira, 6 de dezembro de 2011

GRUPO DE PARES: O MAIOR INIMIGO DO PUA INICIANTE

Jak Sie Masz!

Gostaria de começar este artigo mostrando o meu "antes" e "depois" de ter virado PUA.

[centro]
Zoom in (real dimensions: 598 x 456)[/centro]

ANTES: Quase 16 kg a mais, estilo mauricinho, barba sempre feita, cabelos pretos, curtos, arrepiados e com entradas consideráveis. Ah, sim! Infeliz. Estava, nessa época, em depressão profunda não apenas por dificuldades financeiras, mas pelo casamento dando indícios de fim e por cultivar a crença de que jamais iria conseguir ser uma pessoa interessante.

DEPOIS: Magro, porém definido, estilo roqueiro, barba sempre por fazer, cabelos semi-louros, longos, lisos e com a calvície praticamente curada. Feliz, e certo de que ainda vou dar muito o que falar.



Mas, essa transição não foi fácil.

Se acham que meu maior desafio foi o que fiz com a minha aparência e com a minha atitude, estão redondamente enganados.

O meio maior desafio foi prosseguir com essa mudança apesar de TUDO aquilo que meu então GRUPO DE PARES dizia.

[centro]Opa, Chamaleon! O que é um GRUPO DE PARES?[/centro]

GRUPO DE PARES são todas aquelas pessoas que fazem parte de seu convívio e que dividem algo em comum com você.

- A família é um grupo de pares que divide o teto, o sangue.
- A comunidade religiosa é um grupo de pares que divide a mesma crença.
- Uma turma de amigos é um grupo de pares que divide alguma afinidade específica.


Enfim.

Quando o grupo de pares se dá conta de que um determinado membro está prestes a entrar em um estágio de mudança, uma sensação inconsciente de perda faz com que essa mudança seja sabotada afim de trazer aquela pessoa de volta para o seu convívio.

A esmagadora maioria das vezes o grupo de pares não sabota a pessoa por mal, e sim porque não a quer perder.


Existe uma pergunta clássica que adoro fazer em minhas palestras e que sempre arranca risadas.

[centro]"Alguém aqui já chegou em casa e disse à família que iria passar a fazer regime para emagrecer e no dia seguinte a mãe preparou para o almoço AQUELA lasanha e fez de sobremesa AQUELE pavê, coisa que ela não era de fazer?"[/centro]

Esse é um exemplo clássico da "sabotagem" praticada pelo grupo de pares.

[centro]

Alguém aqui já percebeu que diversos filmes americanos incluem aquele personagem-clichê do ex-combatente da Guerra do Vietnã que virou um mendigo? Clichês a parte, esse tipo de figura de fato existia/existe, e a história de alguns reflete bem como funciona o grupo de pares. Quando estavam entre seus companheiros de guerra, eles eram alguém. Eram valorizados, apoiados e reconhecidos pelo que faziam. Para alguns desses soldados a presença do grupo de pares era tão importante que, ao se separarem de seu grupo com o fim da guerra, não conseguiram se adequar ao mundo civil e viraram mendigos, párias.[/centro]

Quando resolvi virar um PUA, ouvi de meus grupos de pares comentários um tanto agressivos, como:

"Que pulseira ridícula"
"Pintando o cabelo? Isso é coisa de gay"
"Está horrível magro desse jeito"
"E esse cabelinho do Justin Bieber?"
"Você tem 29 anos, pare de agir como se tivesse 18"
"Você não nasceu para ser um garanhão, você é homem para namorar"
"Você é bonzinho, jamais será capaz de ser um pegador"
"Você anda metido demais, se achando"
"Você é doido"


Dependendo do grupo de pares que diz isso, é inevitável darmos ouvidos. A família é um exemplo disso.

Por vários momentos cheguei a questionar o que estava fazendo comigo mesmo.

Mas, de repente, pensei: "Tá, eu deixo de fazer isso. E aí? Volto a ser o que era? Era bom, por acaso?"

E, com isso, segui em frente.

Mais tarde, conheci o PUABASE e, com as sarges no Rio de Janeiro, eu aos poucos formei um novo grupo de pares, que passou a me aceitar pelo que sou.

E quanto aos outros pares que tanto me sabotaram? De muitos eu me afastei. E descobri, nesse bolo, quem eram os que realmente gostavam de mim pelo que eu era.

Poucos meses depois, as pessoas (não pertencentes aos meus pares) começaram a comentar que eu estava diferente mesmo, mais jovial, mais confiante, mais solto, mais divertido.

E não foram poucas as meninas que me disseram que meu jeito extravagante de me vestir me tornava bastante atraente.

Repito, para eu chegar onde cheguei, tive que aguentar meses de sarcasmo diário, galera.

Tudo que ouvi, recondicionei.

Meu cabelo pintado não é coisa de gay, é coisa de macho que teve culhões para tomar essa atitude.
Meu cabelo é do Justin? Legal, as HBs adolescentes vão ficar doidas para me dar, já que o Justin é ídolo delas.
Sou doido? Ainda bem. Se fosse normal, não seria notado.
Sou metido? Me acho? Eu finalmente me dei conta do poder interno que carrego, e se isso incomoda, só lamento.
Não nasci para ser garanhão? Sou home para namorar? Sou bonzinho? - Quem me disse isso, na semana seguinte levou um FC meu e sem "compromisso de namoro".
Sou horrível magro? Certamente seria lindo se fosse uma rolha de poço, né?
Tenho 29 anos e ajo como se tivesse 18? Antes fazer aos 29 o que devia ter feito aos 18 do que morrer de arrependimento por jamais ter vivido uma fase tão maneira!


Conselho que deixo a todos os recém-integrados ao pickup? Preparem-se, pois vocês serão testados até seu limite. E apenas os mais fortes persistirão.

[centro]Sigam em frente com sua mudança de cabeça erguida, indiferentes do que vos disserem. Mantenham o INNER calibrado até a alma e jamais, jamais permitam que gente incomodada pela sua atitude de ser feliz os levem para baixo com elas.[/centro]

Sucesso a todos e, para finalizar, uma música que deveria ser o hino do INNER GAME:

http://www.youtube.com/watch?v=GGXzlRoNtHU

Nenhum comentário:

Postar um comentário